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BACKSTAGE 2.0

[Português]  Blogue de entrevistas e reviews a bandas de rock e metal: todas as reviews e entrevistas serão publicadas em português e no idi...

🎙️Entrevista - BLACK CROSS



A história do metal em Portugal não pode ser contada sem que se dedique um capítulo àqueles que foram os pioneiros do black metal nacional: os Black Cross. É por isso que seis anos após ter entrevistado os Black Cross pela primeira vez, nos voltámos a encontrar no backstage da música e voltámos a conversar sobre o passado, o presente e o futuro. Parafraseando a banda, nessa nossa primeira entrevista em 2019 para a World of Metal: "Tudo se resume a sangue, suor e lágrimas".

No final desta entrevista encontrarás um registo video (com a qualidade possível) do concerto no Rock Rendez Vous a 10 de Julho de 1987 e uma pequena fotogaleria da banda.


Os Black Cross surgem em 1983 e terminam a sua actividade musical em 1988. O que fez com que a banda não tivesse continuado?

Black Cross não continuou por razões óbvias que as dificuldades dos anos 80 apresentavam e eram muitas (serviço militar obrigatório, questões financeiras, falta de apoio, poucos recursos para aquisição de material etc …)... agradecemos quefaçam um esforço e viagem no tempo até aos anos 80: se conseguirem fazer essa viagem e identificar todas as dificuldades dessa época em Portugal,  que eram imensas,  conseguem facilmente perceber porque os Black Cross e outras bandas nãa o vingarm. Só existia a RTP, (era a época das rádios piratas que muito ajudaram na divulgação do metal nacional e internacional), não havia internet nem redes sociais o tempo era limitado e infelizmente tínhamos que fazer pela vida, se fosse nos tempos atuais a “música” era outra… 😊




Voltámos a ouvir falar de vós em 2019, com a edição da biografia da banda e a reedição de “Sexta-Feira 13” a demo de 1986. Porquê este regresso após tantos anos de silêncio?

O regresso foi uma ideia do Luis Neto, um fan inconformado com o facto de não termos tido a continuidade e reconhecimento que merecíamos no panorama do Metal Nacional. Lançou-nos o desafio de escrever um livro sobre os Black Cross com a demo (há época utilizando as tecnologias atuais, com via a tentar melhorar em termos de sonoridade) com o qual concordamos e teve o nosso aval sem saber qual o impacto que teria, pois faltava-nos um registo discográfico e memorial.


Foi de facto muito positivo, onde recordamos vários episódios e pesquisa nas nossas memórias e arquivos (relatados no livro), fizemos várias edições do livro, em K7, em CD e depois só em CD, todas esgotaram e desta última edição restam meia dúzia de exemplares para esgotar.



Em 2023 é lançado um tributo aos Black Cross - “Pacto com o Diabo” - projeto desenvolvido pelo Luís Neto em parceria com a Universal Tongue e Sinais Produções, no qual vocês participam. Falem-nos desta experiência, do que sentiram em ter outras bandas a tocar alguns temas vossos, ...

Uma vez mais um projeto e desafio elaborado e desenvolvido pelo Luís Neto que demonstra a sua devoção a Black Cross. Foi todo um trabalho árduo, moroso e longo, desenvolvido e dispendioso em tempo, pois foi necessário pôr todas as bandas em estúdio para a realização do projeto, o que foi e é um enorme desafio.



A aceitação por parte das bandas intervenientes foi uma surpresa e de entrega total pois ninguém se negou a prestar este tributo ao que as velhas-guardas do metal nacional chamam (os Black Cross) de uma banda de “culto”.
O Luis Neto lançou-nos e desafio de gravarmos um tema que tivéssemos tocado ao vivo mas nunca tivéssemos gravado. Sentimos a obrigação de aceitar o desafio e gravar pelo menos um tema e assim, como somos rapaziada de desafios, nasceu “Crer em deus (pacto com o diabo)” tema nunca gravado que acaba por dar título ao tributo.



“Herético” foi um split lançado em 2024, em conjunto com os Sonneillon, uma das referências actuais do black metal. Como surgiu a ideia de fazer algo em conjunto? Como correu?

A ideia surgiu dos Sonneillon. Contactaram-nos com a ideia de juntar a primeira banda de black metal portuguesa, os Black Cross, e os Sonneillon, uma referência atual do black metal nacional.

Foi ótimo que se tenham lembrado de nós passados tantos anos e estando os Black Cross em standby. Foi excelente e correu tudo muito bem, são uns profissionais sem igual, dedicados à causa que defendem. Não há absolutamente nada a apontar, correu tudo muito bem. Foi TOP e desejamo-lhes uma vida longa na cena musical e de enormes sucessos.



Depois de toda esta actividade mais recente, ficou a vontade de um regresso aos palcos?

A vontade permanece e mexe (o chamado bichinho) com todos os elementos dos Black Cross mas de facto temos tido as dificuldades de sermos pessoas diferenciadas em termos profissionais e com pouca disponibilidade de tempo e, se de facto houve um momento em que esteve quase para acontecer, tivemos de nos render à evidência de que temos de deixar a oportunidade aos mais jovens (e existem muitos e com valor, a tocar muito bem e à espera de oportunidades). Quanto aos Black Cross, creio que tivemos o nosso cunho na história do Metal Nacional.


Agora vamos viajar um pouco até 1983. Nesse ano eram muito jovens. O que vos levou a querer fazer uma banda de metal? O que conheciam de música e bandas de metal e de que forma isso vos influenciou?

Éramos e somos todos amigos e nutríamos uma paixão e devoção pelo Metal a todos os níveis. Identificava-mo-nos com o som, visual, ideias e sonhávamos em fazer música pesada que nos levasse a disfrutar do nosso gosto e a partir daqui foi um pequeno passo para tudo o que sonhávamos e um dia quem sabe (sabia) subir a um palco e mostrar o nosso trabalho e gosto pelo Metal.

Bandas que nos influenciaram… Ui!!! Tantas...citando só algumas até porque vamos com toda a certeza esquecer de muitas outras que nos influenciaram.: Black Sabbath, Motorhead. Judas Priest, Iron Maiden, DIO, Venom, Destruction, Slayer, Metallica, Mercyful Fate, Megadeth, Exodus, Anthrax, Kreator S.O.D., Candlemass e muitos outros influenciaram-nos

Foi árduo, longo e doloroso, mas conseguimos fazer o que sonhávamos e que mais gostávamos fazer, e tocar música.



Como se lida com o título de primeira banda de black metal portuguesa?

Foi tudo muito pacífico e natural. Investimos na aparência, nas letras e no estilo musical da atualidade nos anos 80, com a qual nos identificávamos, e, sem nos apercebermos e darmos por isso, estávamos rotulados da primeira banda portuguesa de Black Metal, registo que ficou gravado aquando da gravação do anúncio para a RTP do “Diz não à Dependência”.

De reforçar que, tal como nos anos 80 neste anúncio que referenciamos “que não temos ligações com a droga” não tínhamos à época não temos nem nunca tivemos até há data de hoje … bem, tirando os comprimidos/fármacos receitados pelos médicos que nós, elementos dos Black Cross, necessitamos para nos manter vivos… 😊😊😊



Apesar de terem passado quase 40 anos, temáticas como “Genocídio” mantêm-se, infelizmente, muito actuais. O que vos pergunto é se era mais fácil encontrar inspiração para escrever canções nos anos 80 ou se hoje o mundo oferece temáticas “de bandeja”

Os tempos eram outros, tempos difíceis e com boas temáticas. Atualmente com os meios digitais e IA as condições são mais fáceis e com temáticas ao alcance de todos até com “notícias falsas” em que alguns acreditam. Com a IA e meios digitais tiraram o encanto do que era nos anos 80 o encontrar temáticas para escrever (a nosso ver).

O tema “Genocídio” foi escrito há mais de 40 anos e como dizes ainda hoje está actual. Sempre se falou do nuclear e de guerras, a humanidade “adormeceu” e estes temas estão sempre atuais e na ribalta, e estamos em crer que, infelizmente é uma temática que não irá ficar desatualizada, basta lermos os jornais e ligarmo-nos às redes sociais.

O metal faz-se com músicos e garra… no entanto hoje não podemos fugir à era digital… embora gostássemos…


Em 1986, qual foi a vossa intenção quando gravaram a demo “Sexta-Feira 13”? Já pensaram em gravar os temas da demo com todos os meios que existem disponíveis nos dias de hoje?

Na época, a intenção era registar os nossos trabalhos (com os fracos recursos de que dispunhamos) para entregar nas editoras. Actualmente já pensamos em utilizar os recursos atuais, mas por enquanto estamos em standby… tudo tem um princípio meio e fim.


Com certeza que acompanham a actualidade do meio musical mais pesado nacional. Qual a vossa opinião sobre o que se passa: bandas, fãs, festivais, oportunidades, apoios, ...

Ainda bem que hoje assistimos à proliferação de bandas cada vez melhores e mais profissionais com conhecimentos e recursos e que trazem sempre algo de positivo e acrescentam valor. O Metal está vivo e vemos os fãs sempre fieis à causa e também fãs de metal muito jovens. Como positivo, também a igualdade de género e sexo: por via disso existe um crescendo de fans e bandas do sexo feminino.

Existem imensos festivais de metal (por vezes até vários concertos na mesma data) que trazem oportunidades às bandas e muito público aos concertos.



Para terminarmos esta entrevista, o que diriam os Black Cross de hoje aos Black Cross dos anos 80?

Rosa, uma pergunta que parece fácil, mas de difícil resposta!

Aproveitem os momentos divirtam-se e sejam fieis aos Vossos princípios e convicções.

Sabendo o que sabemos hoje dizíamos que, abordada a música de outra forma, com outro desempenho e oportunidade, poderíamos ter continuado, mas a falta de condições assim o ditou.

Foram momentos excelentes e muito bons, de amizade e cumplicidade de um grupo de jovens amigos, e recordações que sem as quais, certamente que hoje não seríamos os mesmos.

Os Black Cross, agradecem especialmente à Rosa Soares e a todos os que se recordam dos Black Cross com carinho e admiração
















🎙️Entrevista - KAPTAIN KOLLNOT

[Tradução para português depois do video]




Kaptain Kollnot is a progressive thrash metal project from Michigan, led by Jeff Kollnot and started in 2018, with Kollnot playing all instruments (except drums). In 2022, with the second release, the EP Future Human, the band has a big evolution with the addition of Stu Block (Into Eternity, Annihilator, Iced Earth) for vocals.

The new EP "The Aquarius Shift" will be released on July 18, 2025 and, once again, features the voice of Stu Block.

BACKSTAGE 2.0 spoke with Jeff Kollnot, who told us a lot of interesting things about the band and also revealed some projects for the future.


Starting from the beginning, how did the Kaptain Kollnot project come about in 2018? 


The first record was essentially a very personal songwriting response to certain times I lived in the state of Colorado. I was playing In other bands at the time, and I wasn’t certain I would make future Kaptain Kollnot music. I did however, like the full creative control the project granted me. There were several metal influences that naturally came through, but it was a more personal, introspective record. 




The Colorado Archive, your debut release is a full-length. Then the next two releases were two EPs: Future Human in 2022 and now, on July 18th, The Aquarius Shift. This is a choice made by many bands, considering the current way of listening to music. Are LP’s really doomed to end?


I don’t think they are necessarily doomed to end. With the Aquarius Shift, I made this decision due to financial reasons and the availability of all the musicians involved. I likely have two full length lp’s of music and lyrical ideas. However, it would have taken till at least next year to add the additional tracks. This decision weighed heavily on me, but I decided it was more important to release the currently finished music to the world.


If I'm not mistaken, I've seen the album The Colorado Archive with a different cover and I believe also with a different name, Love and Rage in Colorado. If I'm right, I'd like to know why this name and cover change.


Yes, you are correct. As for the title, the original simply seemed a bit too long and awkward sounding for my tastes. As for the artwork, I came up with an image I liked better. The first record was more underground, so I figured these changes wouldn’t be noticed by most people.


All releases are self-released and only in digital format. Why this choice? Have you never thought about releasing a CD


They are digital for the time being, but once the live lineup is up and running there will be a run of physical cd’s made available for purchase at shows and any other interested fans. Vinyl is also a consideration for the future. 


The alien theme, the future of the human race, not being alone in the universe and having to answer for our actions one day are very present in Kaptain Kollnot. Are these questions merely choices for the band's composition and musical concept (the album covers themselves remind us of these concepts) or are they more than that?


I would say they are definitely more than that. To make a long story short, I became intensely interested in the subject after hearing incredible stories from very credible people in 2021. The United States government has also followed suit. They have released footage of vehicles they can not identify, and have also held congressional hearings with very high ranking military and intelligence community officials.

I have also had personal experiences related to the so called “phenomenon”, after I became intensely interested in it. 



Future Human, the EP released in 2022, marks the entry of Stu Block as vocalist. Was the choice of Stu Block (known to us from bands like Iced Earth or Annihilator) the result of several castings or a targeted choice?

It was a targeted choice. I’ve always been a big fan of Iced Earth and Annihilator. He started doing session work during the height of the pandemic. I had some instrumental music that I had recently recorded at the time. It was simply too good of an opportunity to pass up and I reworked the instrumental tracks for him to provide vocals on. 


Aside from the vocal issue, what are the main points of evolution of Kaptain Kollnot over time and its three releases?


The first point would be the over all themes and lyrics. Future Human featured more intense drums, but they were digitally programmed. The Aquarius Shift brings a human drummer back to the fold. 


The band is currently composed of: Jeff Kollnot (who in addition to being a composer and lyricist is in charge of guitars and bass), Eric Landon (drums and percussion) and Stu Block (session vocals). I know you are preparing live shows, including outside Michigan. How are you going to resolve the guitar and bass issues: with guest musicians or samplers? 


The goal is to ultimately have a 5 piece lineup. 3 of the 5 slots currently have potential candidates. The only time samples would be utilized is for the occasional keyboard or synth part, even then, it’s unlikely that step would be taken. Once the album releases on all platforms on July 18th, I’m hoping to cast a wider net for finding potential musicians who are interested in future touring. 


And will Stu also be the vocalist in the live shows?

He may occasionally be available. We have talked about this. It would have to be in between his already busy schedule. I’m hoping that there can be an occasional festival appearance further down the road. 


My local area has some high potential candidates, one is the former singer for Blackgate, and another can effortlessly perform Sebastian Bach. There are some interested parties who can deliver the goods for sure. 


Besides the lyric video you released for the song Mankinds, are you thinking of making a videoclip?

Yes, there are plans for at least one more lyric video and even a standard video. 


How did the promoter The Metallist come about to promote the work of a North American band?


We had some mutual friends from the band Out of Darkness on social media. He sent me a friend request. I did some basic research, sent him a single. He offered to promote it and the rest is history!


What is the future of Kaptain Kollnot?

The next big step is a fully functioning live lineup. I will say that in 2026, it is very likely that new music will start to be recorded. 

The ultimate goal at the moment is to promote The Aquarius Shift and get the live band going to bring these songs to as many people as possible. 

Thank you so much for your time!





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[Tradução]

Kaptain Kollnot é um projeto de thrash metal progressivo de Michigan, liderado por Jeff Kollnot e que começou em 2018, com Kollnot a tocar todos os instrumentos (excepto a bateria). Em 2022, com o segundo lançamento, o EP Future Human, a banda tem uma grande evolução com a entrada de Stu Block (Into Eternity, Annihilator, Iced Earth) para a voz.
O novo EP "The Aquarius Shift" será editado a 18 de julho de 2025 e, mais uma vez, conta com a voz de Stu Block.
O BACKSTAGE 2.0 esteve à conversa com Jeff Kollnot, que nos contou muito interessantes sobre a banda e ainda revelou alguns projectos para o futuro.

Começando pelo início, como surgiu o projeto Kaptain Kollnot, em 2018?


O primeiro disco foi essencialmente uma resposta muito pessoal à minha vida no estado do Colorado. Eu tocava noutras bandas na altura e não tinha a certeza se iria fazer música dos Kaptain Kollnot no futuro. No entanto, fi-lo, gostei do total controlo criativo que o projeto me concedeu. Houve várias influências do metal que surgiram naturalmente, mas foi um disco mais pessoal e introspectivo.



The Colorado Archive, o álbum de estreia é um LP. Os dois lançamentos seguintes foram dois EPs: Future Human em 2022 e agora, a 18 de julho, The Aquarius Shift. Esta é uma escolha feita por muitas bandas, tendo em conta a forma actual de ouvir música. Os LP 's estão condenados a acabar?


Não creio que estejam necessariamente condenados a acabar. Com a mudança para The Aquarius Shift., tomei esta decisão por questões financeiras e pela disponibilidade de todos os músicos envolvidos. Provavelmente tenho dois LP 's completos com músicas e ideias para as letras. No entanto, seria necessário pelo menos até ao próximo ano para terminar as faixas adicionais. Esta decisão pesou muito sobre mim, mas decidi que era mais importante lançar para o mundo as músicas já finalizadas.



Se não me engano, vi o álbum The Colorado Archive com uma capa diferente e creio que também com um nome diferente, Love and Rage in Colorado. Se estiver correcta, gostaria de saber porquê a mudança de nome e de capa.


Sim, tens razão. Quanto ao título, o original parecia simplesmente um pouco longo e demasiado estranho para o meu gosto. Quanto à capa, criei uma imagem que gostei mais. O primeiro disco era mais underground, por isso imaginei que a maioria das pessoas não reparasse nestas mudanças.



Todos os lançamentos são auto editados e apenas em formato digital. Porquê esta escolha? Nunca pensaram em lançar um CD?


São digitais por enquanto, mas assim que a apresentação ao vivo estiver pronta, haverá uma série de CD físicos disponíveis para compra em concertos e para quaisquer outros fãs interessados. O vinil é também uma possibilidade, para o futuro.



Os temas alienígena, o futuro da raça humana, não estar sozinho no universo e termos de, um dia, responder pelas nossas acções, estão muito presentes em Kaptain Kollnot. Estas questões são apenas escolhas para a composição e conceito musical da banda (as próprias capas dos álbuns fazem-nos lembrar estes conceitos) ou são mais do que isso?


Diria que são definitivamente mais do que isso. Para encurtar uma longa história, interessei-me profundamente pelo tema depois de ouvir histórias incríveis de pessoas muito confiáveis ​​em 2021. O governo dos EUA também seguiu o exemplo. Divulgaram imagens de veículos que não conseguem identificar e também realizaram audiências no Congresso com oficiais militares e de inteligência de altíssima patente.

Tive também experiências pessoais relacionadas com o chamado "fenómeno", depois de me ter interessado profundamente por ele.



Future Human, o EP lançado em 2022, marca a entrada de Stu Block como vocalista. A escolha de Stu Block (conhecido por bandas como Iced Earth ou Annihilator) foi o resultado de vários castings ou de uma escolha direccionada?


Foi uma escolha direcionada. Sempre fui um grande fã dos Iced Earth e dos Annihilator. Stu começou a fazer sessões de gravação durante o auge da pandemia. Tinha algumas músicas instrumentais que tinha gravado recentemente na altura. Era simplesmente uma oportunidade demasiado boa para deixar passar, por isso retrabalhei as faixas instrumentais para que ele pudesse colocar a voz.



Para além da questão vocal, quais são os principais pontos de evolução dos Kaptain Kollnot ao longo do tempo e dos seus três lançamentos?


O primeiro ponto seriam os temas e as letras em geral. Future Human apresentava uma bateria mais intensa, mas com programação digital.  Aquarius Shift traz um baterista humano de volta ao grupo.



A banda é atualmente composta por: Jeff Kollnot (que, para além de compositor e letrista, é responsável pelas guitarras e baixo), Eric Landon (bateria e percussão) e Stu Block (voz de estúdio). Sei que estão a preparar concertos ao vivo, inclusive fora de Michigan. Como vão resolver os problemas de guitarra e baixo: com músicos convidados ou samples?


O objetivo é, no final, ter uma formação com cinco elementos. 3 das 5 vagas têm atualmente potenciais candidatos. Os samples só seriam utilizados para as partes ocasionais de teclado ou sintetizador; mesmo assim, é pouco provável que isso aconteça. Assim que o álbum for lançado em todas as plataformas a 18 de julho, espero alargar a rede de potenciais músicos interessados ​​em futuras digressões.



E o Stu também será o vocalista nos concertos ao vivo?


Pode estar disponível ocasionalmente. Já falámos sobre isso. Teria de ser no meio da agenda já ocupada dele. Espero que possa haver uma aparição ocasional em festivais mais tarde.

A minha região tem alguns candidatos com elevado potencial, um deles é o ex-vocalista dos Blackgate, e outro que pode actuar sem esforço é Sebastian Bach. Certamente há alguns interessados ​​que me podem ajudar.



Para além do lyric video que lançaram para a música Mankinds, estão a pensar fazer um videoclipe?


Sim, há planos para pelo menos mais um lyric video e até um videoclipe.



Como surgiu The Metallist para promover o trabalho de uma banda norte-americana?


Tínhamos alguns amigos em comum da banda Out of Darkness, nas redes sociais. Ele enviou-me um pedido de amizade. Fiz uma pesquisa básica, enviei-lhe um single. Ofereceu-se para o promover e o resto é história!



Qual é o futuro de Kaptain Kollnot?


O próximo grande passo é uma formaação completa em direto. Diria que é muito provável que em 2026 comecem a ser gravadas novas músicas.

O objetivo final neste momento é promover The Aquarius Shift e fazer com que a banda ao vivo leve estas músicas ao maior número de pessoas possível. 


Muito obrigado pelo teu tempo!









🎙️Entrevista - SAPERE AUDE

[Tradução para português depois do video]




Formada en 2011, Sapere Aude es una banda valenciana de power/folk metal con letras medievales y crítica social moderna. Sus letras buscan despertar en el oyente la conciencia de las causas sociales. Su último EP, "Saints e Demonis", es un homenaje a las leyendas y tradiciones del folclore valenciano. Sus composiciones, inspiradas en figuras mitológicas y festividades populares, exploran temas como el amor, la memoria histórica, la igualdad y la preservación de las raíces culturales.


Sapere Aude es la expresión latina que significa "Atrévete a Saber". ¿Quién se atreve a saber más: Sapere Aude en su búsqueda de conocimiento para su música o los oyentes de la banda al escuchar sus composiciones? 

Creemos que hacemos buena labor en divulgar la historia menos conocida de nuestra tierra. El primer acto de este proyecto buscaba tumbar mitos muy arraigados, por eso hablamos de piratas, pero no del Caribe, sino norteafricanos, o de la primera novela que rompe con las novelas de caballerías, pero no del Quijote, sino del Tirant. En este nuevo acto buscamos divulgar el origen y la razón de diferentes festividades, como Sant Antoni, aprovechando para darle también un toque reivindicativo. Intentamos hacer canciones llenas de contenido, en cuanto a la letra y la música, si esto cumple su objetivo, si ayuda a saber, a conocer, a pensar, ya tendrán que decirlo nuestros oyentes.



¿Por qué eligieron este nombre y por qué el latín?


Llevamos muchos años tocando, desde 2011, entonces estábamos haciendo el bachillerato y le robamos la frase a Kant, ya en latín. Teníamos claro que el conocimiento y el saber son liberadores. ¿Por qué mantener la frase en latín? Bueno, creo que “atrévete a saber” no suena muy guay ajjajjaja. También nos ha pasado factura, hay mucha gente a la que le cuesta pronunciar el nombre.



Las composiciones de Sapere Aude son muy emotivas y mezclan realidad y simbolismo. ¿Qué es lo primero al componer: la realidad de la que quieren hablar y para la cual buscan en el folclore el simbolismo que la representa, o eligen primero la leyenda o la tradición y encuentran una conexión con la realidad?


Lo segundo, sin duda, primero elegimos de que parte de la historia queremos hablar, después sus conexiones con la actualidad, si procede. Tampoco es necesario para todos los temas, pero al menos algún guiño a la realidad que vivimos nos gusta hacer.



Sapere Aude debutó en 2016 con Lista Negra, un LP de nueve canciones, pero en 2016 y ahora en 2025 lanzaron EP. Casi diez años después de su álbum debut, ¿por qué no volver a un LP? 


El mundo ha cambiado. Nuestro respecto completo a los grupos capaces de hacer largos álbumes conceptuales, nos encantan. Pero ni es lo que queremos hacer ni pensamos que es lo quiere la mayoría del público ahora mismo.



En enero de 2023, el EP Aqua Ignisque fue reeditado por Art Gates Records. ¿Por qué no reeditar el LP Lista Negra


Pensamos que pertenece a una etapa anterior que ya no nos representa igual, estamos centrados en este proyecto.




Sants e Demonis (Vincit Omnia Veritas Act II) es el nombre de vuestro último EP, publicado el 2 de mayo por Art Gates Records. ¿Dónde quedó el Acto I?


Lo acabas de nombrar en la pregunta anterior, Aqua Ignisque es el Acto I. Seguimos el sistema organizativo de una ópera o una obra de teatro. No es casual que el primer Acto I tenga un título en latín y este en valenciano antiguo, este proyecto en tres actos es un recorrido histórico por Valencia. Tenemos problemas de comunicación para explicar o de los actos jajjaja Acto I: Aqua Ignisque. Acto II: Sants e Demonis. Acto III: ¿¿??.



La canción Demonis es una de mis favoritas de este EP. Rememora las fiestas medievales y las hogueras de Sant Antoni, con su simbolismo de purificación y protección contra los malos espíritus. El fuego siempre ha sido uno de los elementos donde proliferan los simbolismos religiosos y paganos. ¿Qué pretendéis transmitir con esta canción, además del ambiente festivo y tradicional? 


En primer lugar, dar a conocer el origen de la fiesta y el proceso mediante el cual la Iglesia se ha apoderado de cualquier fiesta anterior para sus propósitos. Pero también tiene algún guiño a la paz y resolver los problemas mediante el diálogo, y bueno, al LSD.



La última canción del EP es una versión de Nana de Warcry. ¿Por qué elegisteis este tema, tan emotivo, introspectivo y triste, sobre un caballero en sus últimos momentos de vida? 


Porque cierra el acto, después de una canción muy festiva. Queremos huir de la visión épica y positivista a la hora de hablar de historia. La gente ha sufrido, mucho, siempre, en todos lados.



El folk metal, tanto por la cantidad de músicos en escena como por la dinámica de las actuaciones, es un estilo que requiere escenarios un poco largos. ¿Le resulta fácil a Sapere Aude encontrar espacios para conciertos fuera del circuito de festivales?


Nos apretamos, hace poco llegamos a meter 13 músicos en un escenario de sala regular de tamaño jajjaja se puede.



¿Cómo va la promoción de este trabajo? He visto que han recibido reacciones de fuera de España, como por ejemplo de Alemania.


Supongo que bien, está guay poder llevar nuestra música y nuestra historia tan lejos.




¿Cuál es la reacción del público al álbum y a los directos?


Creo que en los directos la gente se lo pasa muy bien, hemos preparado un show muy guay con todas las nuevas, colaboraciones, otros instrumentos, fuego, etc. Cuando más disfrutamos es cuando la gente salta y baila, aunque no se sepan las canciones, que sea la primera vez que las oyen. Animamos a todo el mundo a que venga, de verdad, se lo van a pasar bien.



¿Qué planes tienen para 2025? 


Disfrutar del trabajo que acabamos de sacar, tocarlo todo lo posible.



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[Tradução]

Formados em 2011, os Sapere Aude são uma banda valenciana de Power/Folk Metal com letras medievais e uma crítica social moderna. Com as suas letras procuram despertar o ouvinte para causas sociais. O seu último EP "Saints e Demonis" é um tributo e uma homenagem às lendas e tradições do folclore valenciano. As composições inspiradas em figuras mitolóogicas e festividades populares exploram temas como o amor, a memória histórica, a igualdade e a preservação das raízes culturais.



  • Sapere Aude é a expressão latina que significa “Ousar Saber”. Quem é que se atreve mais a saber: Sapere Aude na procura de conhecimento para as suas músicas ou os ouvintes da banda quando escutam as suas composições?


  • Acreditamos que estamos a fazer um bom trabalho ao divulgar a história menos conhecida da nossa terra. O primeiro ato deste projeto procurou desmistificar mitos enraizados, e por isso falamos de piratas, não das Caraíbas, mas do Norte de África, ou do primeiro romance que rompe com a noção de romances de cavalaria, não de Dom Quixote, mas de Tirante. Neste novo ato, procuramos divulgar a origem e o motivo de diferentes festividades, como o Sant Antoni, ao mesmo tempo que lhe damos um toque reinvidicativo. Tentamos compor música cheia de significado, tanto em termos de letras como de música. Se atingimos o objetivo, se ajuda a conhecer, a aprender, a pensar, caberá aos nossos ouvintes decidir.



  • Porquê a escolha deste nome e porquê o latim?


  • Tocamos há muitos anos, desde 2011. Estávamos no liceu quando roubamos a frase de Kant, já em latim. Tínhamos a certeza de que o conhecimento e a sabedoria são libertadores. Porquê manter a frase em latim? Bem, acho que "ousar saber" não soa muito bem, hahaha. Também nos custou caro; muitas pessoas têm dificuldade em pronunciar o nome.



  • As composições de Sapere Aude são muito emotivas e fundem real e simbólico. O que surge em primeiro lugar na hora de compôr: o real de que querem falar e para o qual procuram no folclore o simbólico que o represente, ou escolhem a lenda ou tradição primeiro e encontram uma conexão com o real?


  • A segunda, sem dúvida, primeiro escolhemos qual a parte da história de que queremos falar e, depois, as suas ligações com os acontecimentos atuais, se aplicável. Não é necessário para todas as músicas, mas gostamos de fazer pelo menos uma referência à realidade em que vivemos.



  • Sapere Aude estreou-se em 2016 com Lista Negra, um LP de nove temas, mas em 2016 e agora em 2025 lançaram EP’s. Quase dez anos depois do álbum de estreia, porque não regressar a um LP?


  • O mundo mudou. Temos total respeito pelas bandas capazes de fazer álbuns conceptuais longos; nós amamo-las. Mas não é o que queremos fazer, nem achamos que seja o que a maioria das pessoas quer agora.



  • Em Janeiro de 2023 foi reeditado pela Art Gates Records o EP Aqua Ignisque. Porque não fazer uma reedição do LP Lista Negra?


  • Pensamos que ele pertence a uma era passada que já não nos representa da mesma forma; estamos focados neste projeto.



  • Sants e Demonis (Vincit Omnia Veritas Acto II) é o nome do vosso mais recente EP, lançado no dia 2 de Maio, pela Art Gates Records. Onde é que ficou o Acto I? 


  • Acabas de o referir na questão anterior: Aqua Ignisque é o I Ato. Seguimos o sistema organizacional de uma ópera ou peça de teatro. Não é por acaso que o primeiro Ato I tem um título em latim e este em valenciano antigo. Este projeto de três atos é uma viagem histórica por Valência. Temos problemas de comunicação para explicar os atos, hahaha. Ato I: Aqua Ignisque. Ato II: Sants e Demonis. Ato III: ????.



  • O tema Demonis, é um dos meus preferidos deste EP. Recupera as festas medievais e as fogueiras de Santo António com o seu simbolismo de purificação e protecção contra os maus espíritos. O fogo sempre foi um dos elementos onde proliferam os simbolismos religiosos e pagãos. O que querem transmitir com esta canção, para além do ambiente de festa e tradição?


  • Em primeiro lugar, para explicar a origem do festival e o processo pelo qual a Igreja se apropriou de qualquer festival anterior para os seus próprios fins. Mas também há uma referência à paz e à resolução de problemas através do diálogo e, bem, do LSD.



  • A última canção do EP é uma versão de Nana dos Warcry. Porquê a escolha deste tema, tão emotivo, introspectivo e triste de um cavaleiro nos seus últimos momentos de vida?


  • Porque ela encerra o ato, depois de uma música muito festiva. Queremos distanciar-nos da visão épica e positivista ao falar de história. As pessoas sofreram muito, sempre, em todo o lado.



  • O Folk Metal, quer pela quantidade de músicos em palco, quer pela própria dinâmica das actuações, é um estilo que requer palcos com alguma dimensão. Fora do circuito dos festivais é fácil para Sapere Aude encontrar espaços para concertos?  


  • Apertamo-nos; recentemente conseguimos encaixar 13 músicos num palco de tamanho normal, hahaha, é possível.



  • Como está a ser a promoção deste trabalho? Vi que têm tido reacções de fora de Espanha, como da Alemanha por exemplo.


  • Creio que bem. É giro poder levar a nossa música e a nossa história tão longe.



  • Qual a reacção do público ao disco e aos concertos ao vivo?


  • Acho que as pessoas se divertem muito ao vivo. Montámos um espetáculo muito giro com todas as novidades, colaborações, outros instrumentos, fogo, etc. O que mais gostamos é quando as pessoas saltam e dançam, mesmo que não conheçam as músicas, mesmo que seja a primeira vez que as ouvem. Incentivamos todos a vir; vão divertir-se muito.



  • Quais os planos até ao final de 2025?


  • Aproveitar o trabalho que acabámos de lançar e tocar o mais possível.